sexta-feira, 17 de maio de 2013


As pessoas com autismo serão todas iguais?

As necessidades educativas das pessoas com autismo
devem ser determinadas individualmente.

Os níveis funcionais destas pessoas mostram
tremendas variações. É, contudo, quase sempre possível melhorar o seu nível
de vida, mesmo na idade adulta, através da aplicação de programas
educacionais bem selecionados e estruturados.

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A compreensão básica da linguagem verbal pode
variar desde a não existência até um domínio perfeito mas a comunicação
verbal é quase sempre estranha e muitas vezes não acompanha a expressão não
verbal. a expressão verbal dos outros é muitas vezes mal interpretada.

Embora o autismo não seja uma doença, aparece
associado a algumas doenças, como é exemplo algumas manifestações de
epilepsia.

Como o autismo se processa ao longo da vida?

O autismo não pode ser diagnosticado apenas a
partir de um só sintoma, é necessário que estejam presentes simultaneamente
os sintomas principais o que acontece, por vezes, antes dos 3 anos.
Ao longo da vida há uma evolução dos sintomas
relacionada com as características dos diferentes níveis etários e com as
características individuais. A pessoa com autismo é um indivíduo único e
não deixa de passar por todas as etapas da vida como qualquer outro ser humano.

O bebé com autismo pode demonstrar:
indiferença, falta de interesse pelas pessoas e pelo ambiente, medos
estranhos. Não dá resposta ou dá respostas diferentes das dadas pelos
outros bebés. Pode ter problemas de alimentação, ou de sucção; ter falta
de interesse pela comida; rejeição ou preferência por certos alimentos.
Pode ter problemas de sono e chorar muito ou nunca chorar.

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Até aos 12 meses podem aparecer comportamentos
repetitivos, restritivos ou estereotipados (bater palmas, rodar objectos,
abanar a cabeça). A criança pode ter interesses obcessivos pela luz, por um
brinquedo ou objecto. Pode tardar a andar.

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Até aos 24 meses, manifesta-se a ausência ou
dificuldade de comunicação verbal e gestual. A linguagem pode tardar ou não
aparecer.

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A criança pode não manifestar interesse pelas
actividades de autonomia que começam geralmente nessa idade (querer comer
sozinho e vestir-se sozinho); dá respostas inadequadas aos estímulos
sensoriais: tem hipo ou hiper sensibilidade ao frio e ao calor, à luz, à dor
ou a certas texturas. Há falta de correlação da causa efeito.

Depois dos 2 anos, a criança pode não brincar
normalmente, não entrar em brincadeiras com pares ou com o grupo.

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A esta altura, os problemas do domínio cognitivo,
especialmente de linguagem, começam a estar presentes. A criança com autismo
usa a ecolália frequentemente. Fala, utilizando padrões repetitivos e não usa
o «sim» e o «não»; inverte os pronomes; escolhe palavras cujo som lhe
agrada e repete-as fora do contexto. Não compreende os sentidos figurados.

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O período dos 3 aos 6 anos é uma etapa muito difícil
para a criança e para os pais pois a deficiência manifesta-se claramente.
Podem aparecer comportamentos agressivos, birras sem causa aparente, medos
excessivos ou irracionais de situações diárias.

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Dos 6 anos à adolescência alguns dos sintomas
mais perturbadores de comportamento tendem a diminuir. Mas o autismo permanece
uma incapacidade para o resto da vida.

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Com educação adequada, os sintomas
podem não ser tão patentes e haver uma melhoria da qualidade de vida. Por
outro lado, um ambiente inadequado ou falta de educação apropriada podem
levar a uma regressão e/ou perda de capacidades previamente adquiridas e ainda
a deteoriação de comportamentos como a auto-mutilação, gritos,
destruição...

Autismo

O autismo é uma deficiência e não uma doença
mental.

Existem várias definições de autismo.

Autismo é:

a um problema neurológico ou cerebral que se
caracteriza por um decréscimo da comunicação e das interacções sociais

a uma desordem psiquiátrica em que o indivíduo se recolhe dentro de si próprio, não responde a factores
externos e exibe indiferença relativamente a outros indivíduos ou a
acontecimentos exteriores a ele mesmo. (New Lexicon Webster's Encyclopedic
Dictionary - 1991)

a uma desordem desenvolvimental vitalícia com
perturbações em "competências físicas, sociais e de
linguagem". (Sociedade Americana de Autismo)

A uma deficiência mental específica que afecta
qualitativamente as interacções sociais recíprocas, a comunicação
não-verbal e a verbal, a actividade imaginativa e se expressa através de
um repertório restrito de actividades e de interesses.(Frith, U. 1989)

Desde a década de 40 até aos anos 60, de modo
geral, acreditava-se que um indivíduo autista tinha o desejo consciente de não
participar em qualquer interacção social. Actualmente, porém, sabe-se que tal
isolamento não resulta de qualquer desejo ou vontade consciente e ocorre, pelo
contrário, na sequência de alterações neurológicas e bioquímicas que têm
lugar no cérebro.

A certa altura, pensou-se que na origem desta
desordem estaria uma falta de ternura e de calor humano por parte dos
progenitores. Sabe-se agora que tal não é verdade, uma vez que o autismo não
é causado por factores de ordem psicológica.

Assim sendo, com a experiência
das escolas ligadas a associações de pais em todo o mundo, as crianças com
autismo são educadas adequadamente por pais e profissionais em conjunto. Os
métodos utilizados baseiam-se, em grande parte, nas terapias comportamentais.

terça-feira, 14 de maio de 2013

O que é Autismo?

Muito se ouve falar sobre autismo, alunos autistas e síndrome de Asperger,
mas infelizmente muitos educadores mal sabem do que se trata. Tentamos
resumir nesse pequeno texto uma explicação simples e objetiva sobre esse
transtorno que atinge 1 em cada 110 crianças em todo o mundo.

Autismo pode ser definido como uma alteração cerebral, que afeta a
capacidade de comunicação e a socialização do indivíduo, este vive em
seu “próprio” mundo, o tornando alienado em relação ao ambiente. As
características do autismo são muito relativas, mas as mais divulgadas
são:

• Dificuldades de relacionamento com pessoas que não são do seu
convívio, preferência em estar sozinho, não identifica emoções, e nem
sabe expressa-las;
• Problemas na aquisição da linguagem, começam a falar tardiamente;
• Resistência à mudança de rotina;
• Pouco ou nenhum contato visual, olhos inexpressivos;
• Ecolalia, repete palavras ou frases que acabou de ouvir ou que ouviu há muito tempo;
• Acesso de raiva sem motivo aparente, podendo se tornar agressivo;
• Rituais de rotação de objetos, fazer poses estranhas e fixar o olhar em objetos comuns.
Ainda os autistas podem ter inteligência acima da média, alguns
desenvolvem altas habilidades diante de atividades artísticas, como
música, desenho e pintura. Existem ainda, casos de inteligência extrema
geralmente para cálculos matemáticos, ou a rápida memorização de
informações, mais isso parece ocorrer de forma mecânica, ou seja, apenas
decoram ou desenvolvem mecanicamente essas habilidades.

Esses são os principais sintomas, é relevante salientar que nem todos os
indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém muitos
dos sintomas estão presentes entre os 12 e os 24 meses da criança. Eles
variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma, pois o
autismo se manifesta de forma única em cada pessoa.

Existe Também a Síndrome de Asperger que é uma síndrome do espectro
autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum
atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do
indivíduo.

Apesar do grande número de pesquisas e investigações clínicas realizadas
em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode dizer que o
autismo é um transtorno claramente definido. Há correntes teóricas que
apontam as alterações comportamentais nos primeiros anos de vida
(normalmente até os 3 anos) como relevantes para definir o transtorno,
mas hoje se tem fortes indicações de que o autismo seja um transtorno
orgânico. Apesar disso, intervenções intensivas e precoces são capazes
de melhorar os sintomas.

Embora não exista uma cura definitiva, já é possível conseguir bons
tratamentos que podem tornar o autista independente e, em alguns casos,
até produtivo. O diagnóstico e o tratamento precoce, o apoio dos pais, a
educação especial e, em alguns casos, as medicações, podem integrar ou
reintegrar o indivíduo autista na sociedade.

Em 18 de Dezembro de 2007, a Organização das Nações Unidas decretou todo
2 de abril como o Dia Mundial do Autismo. Em 2008 houve a primeira
comemoração da data pela ONU.